Assegurado apoio logístico a professores deslocados em Cabo Delgado

A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, anunciou, sexta-feira (18), na cidade de Pemba, que o Governo vai criar as condições necessárias para suportar os encargos logísticos associados ao retorno dos professores que haviam fugido dos seus locais de trabalho nalguns distritos das zonas norte e centro da província, devido aos ataques terroristas.

Namashulua, que trabalhou na cidade de Pemba e nos distritos de Chiúre, Mueda, Mocímboa da Praia e Palma, disse que os professores manifestaram a vontade de regressar, contudo se confrontavam com a falta de condições financeiras para o seu restabelecimento, visto que aquando da fuga, perderam todos os seus bens, inclusive casas.

Por conta das ofensivas das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda, a paz tende a retornar em grande parte dos distritos de Mocímboa da Praia, Palma e Muídumbe, facto que tem permitido a reimplantação gradual dos serviços públicos, com destaque para a Educação.

Dados avançados pela governante - citada pelo jornal Notícias -, indicam que 5 serviços distritais foram completamente destruídos, para além de 30 blocos administrativos, 104 salas de aula e 46 escolas.

Para que os alunos e professores regressados possam prosseguir com o processo de ensino e aprendizagem, serão construídos espaços temporários de aulas (vulgo TLS), constituídos por tendas feitas de lonas, disponibilizadas por agência e organizações que prestam assistência humanitária aos deslocados pelos ataques terroristas.

Segundo a ministra, por causa das calamidades e situação de instabilidade na província de Cabo Delgado, o país iniciou o presente ano lectivo com um défice de 2222 salas de aula e 30 mil carteiras escolares.

A União Europeia, conforme o seu embaixador, António Sanchez Benedito Gaspar, informou que está a preparar, em coordenação com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, um novo programa de apoio para o ensino básico, orçado em 50 milhões de euros, para além de um outro, com enfoque específico nas questões de equidade, na ordem de 10 milhões de euros.


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