UE admite avaliar, no próximo ano, retoma de apoio ao OE
A União Europeia (UE) poderá
avaliar, a partir de 2021, a retoma do apoio directo ao Orçamento do Estado de
Moçambique nos anos seguintes, disse esta terça-feira à Lusa o embaixador da UE
em Maputo, António Sánchez-Benedito Gaspar.
"A
partir do próximo ano estaremos em condições de avaliar o regresso de apoio
orçamental", no quadro das conversações sobre o novo ciclo de
financiamento da UE para o período 2021-2027, e desde que sejam criadas
"condições ligadas à transparência, gestão das contas públicas e
fortalecimento das instituições" em Moçambique,
referiu Sánchez-Benedito Gaspar.
O diplomata afirmou que
também "será importante ver se as negociações com o FMI [Fundo
Monetário Internacional] vão frutificar", pois gostaria "de ver
o FMI mais envolvido", e saber se "outros parceiros estão
na mesma onda".
De qualquer maneira,
"não é uma questão em cima da mesa no imediato", acrescentou.
"A partir do próximo
ano é que vamos poder voltar a discutir" o assunto, porque, até lá, as
verbas da UE estão já aplicadas em diversas intervenções, frisou.
Os
apoios directos ao Orçamento do Estado (OE) moçambicano foram
suspensos pelos parceiros internacionais em 2016, depois de reveladas as
dívidas ocultas do Estado, no valor de 2,2 mil milhões de dólares.
"Apesar de a UE ter
suspendido, como todos os outros parceiros, o programa de apoio orçamental, o
compromisso com Moçambique nunca diminuiu e todos esses fundos estão a ser implementados",
através de diferentes acções, destacou.
As decisões financeiras da
UE para intervenções relativas a Moçambique ultrapassaram 250 milhões de euros
em 2019 e devem rondar 125 milhões de euros em 2020, apontou, de um total a
rondar 734 milhões de euros para o período 2014-2020, a que têm sido acrescidos
programas complementares.
Ou seja, segundo a UE, o
apoio a Moçambique mantém-se, mas mudaram as modalidades - do leque das quais
foi excluído o financiamento directo ao Governo, através do OE.
No entanto, na hora de pesar
os prós e os contras, Sánchez-Benedito Gaspar notou que a retoma
de um programa de apoio orçamental pode ser uma escolha eficiente.
"Para a UE, o apoio
orçamental continua a ser uma modalidade prioritária para os países parceiros
em desenvolvimento, porque consideramos que é um instrumento eficaz, que está
bem alinhado com as políticas do Governo e que consegue produzir resultados
mais sustentáveis e duráveis", salientou.
O diplomata reforçou que
"o importante de um programa de apoio orçamental é apoiar sempre um
programa de reformas e conseguir resultados nesse sentido".
Assim,
o objectivo actual da UE "é continuar a trabalhar com o
Governo e parceiros" para criar "as condições que permitam nalgum
momento, se essa for a decisão do Governo e da UE, voltar ao esquema de apoio
orçamental".
Para o efeito, os parceiros
de cooperação e desenvolvimento de Moçambique estão a dar corpo a uma nova
plataforma de diálogo com o Governo, co-liderada pela UE e Estados
Unidos da América (EUA).
"Estivemos empenhados
em criar um novo mecanismo de cooperação e diálogo que chamamos
de DCP - Development and Cooperation
Partners, co-liderado pela UE e EUA", com uma "dupla
função: de um lado, a coordenação entre parceiros e, do outro, ainda mais
importante, o diálogo com o Governo a diferentes níveis", concluiu.
Fonte: Rádio Moçambique
“COM A FRELIMO E NYUSI UNIDOS, MOÇAMBIQUE
AVANÇA”
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