Chai e 25 de Setembro de 1964
Conta a História de Moçambique que foi no dia 25 de
Setembro de 1964, que guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO), encabeçados por Alberto Chipande, assaltaram o Posto Administrativo
do Chai, Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, iniciando a Luta
Armada de Libertação Nacional.
“O polícia veio e estacionou à porta da casa do chefe de
posto, sentado numa cadeira. Era branco. Eu aproximei-me do polícia para o
atacar. O meu tiro era o sinal para os outros camaradas atacarem. O ataque teve
lugar às 21 horas. Quando ouviu os tiros, o chefe de posto abriu a porta e saiu
– foi morto por um tiro. Para além dele seis outros portugueses foram mortos no
primeiro ataque. A explicação dada pelas autoridades portuguesas foi “morte por
acidente”. Retirámos. No dia seguinte fomos perseguidos por algumas tropas –
mas nesse momento já estávamos longe e não nos encontraram.”
Alberto Chipande, que conduziu uma dúzia de homens,
descreveu assim no seu relatório a ocorrência naquela noite de 25 de Setembro de
1964.
O Chai, o lugar escolhido pela Frelimo para desencadear a
luta armada de libertação nacional, era uma pequena localidade do interior de
Cabo Delgado que pertencia administrativamente a Macomia. Uma dúzia de
construções povoava aquele lugar: a casa do chefe do posto, uma secretaria
anexa, a casa do gerente da Companhia Algodoeira do Sagal, dois
estabelecimentos comerciais, um pequeno hospital, a cadeia, as casernas dos
soldados e as residências dos polícias brancos e dos sipaios negros.
No dia seguinte, o Comité Central da Frelimo, baseado em
Dar-es-Salam, capital da Tanzânia, lançou a palavra de ordem histórica de
desencadeamento da insurreição armada do povo moçambicano contra o colonialismo
português.
"COM A FRELIMO E NYUSI UNIDOS, MOÇAMBIQUE AVANÇA"
Fonte: Revista Índico
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