Bolsa de Valores de Moçambique vai “incubar” empresas
Bolsa de valores de Moçambique lançou, hoje, o Terceiro Mercado,
um serviço através do qual, as empresas vão ser preparadas para que, dois anos
mais tarde, possam ser completamente cotadas à Bolsa.
Em 20 anos de funcionamento, a Bolsa de Valores de Moçambique
apenas cotou 10 empresas (incluindo Arco Seguros, cotada ainda esta semana),
das quais seis nos últimos três anos.
Entre várias razões para esta “fraca” aderência estão os
requisitos exigidos para que uma empresa seja cotada na bolsa. E é para
contornar esta barreira que a Bolsa de Valores de Moçambique passa a contar,
desde hoje, com o Terceiro Marcado, que serve como incubadora para que, em dois
anos, reúnam os requisitos para ser admitida.
O Terceiro Mercado, de acordo com a Bolsa, pode ser acedido por
pequenos ou grandes empresas, desde que tenham a pretensão de organizar-se para
cumprir de forma cumulativa os requisitos de admissão exigidos para ascender
aos mercados oficiais.
O Presidente do Conselho de Administração da BVM, Salim Valá,
fez saber que a introdução deste terceiro mercado é mais uma forma de manter “o
crescimento que se tem vindo a registar na Bolsa”, tomando como exemplo a
cotação de seis empresas nos últimos três anos e aumento do valor acionista das
empresas que estão actualmente cotadas.
“Não queremos continuar a ser cognominados como uma bolsa
insipiente e marginal”, aliás, “não há dúvidas que o ano 2019 vai ficar para a
história como aquele que marca, de forma vincada, a ascensão da bolsa como uma
praça financeira que não quer ser eternamente chamada insipiente”, determinou
Valá.
E para isso, “estamos de forma discreta, mas com coragem,
ousadia e perseverança, a lutar inverter prevalecente”, ainda assim, “sabemos
que implantar uma cultura bolsista exigirá abordagem integrada, operada por
muitas instituições e sem tempo limite”, disse.
Por falar em uma abordagem integrada, com a participação de
muitos actores, o terceiro mercado não vai ser operado apenas pela Bolsa de
Valores de Moçambique.
Sendo um dos requisitos as boas práticas contabilísticas e não
ter nenhum problema com o fisco, o Instituto de Gestão de Empresas Participadas
pelo Estado, a Ordem dos Contabilistas de Auditores de Moçambique, a Autoridade
Tributária de Moçambique, o Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de
Moçambique e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique vão estar
envolvidos neste processo.
Para isso, estas instituições todas e a Bolsa de Valores de
Moçambique assinaram um memorando de Entendimento, ainda no contexto do
lançamento da “incubadora”.
O presidente da Confederação das Associações Económicas de
Moçambique, Agostinho Vuma, manifestou o apoio do sector privado ao Terceiro
Mercado, destacando que “tem um condão de facilitar o acesso ao financiamento
para as empresas”.
Ainda hoje, a Bolsa de Valores de Moçambique lançou Prémios BVM,
onde vão ser distinguidas a melhor empresa cotada em bolsa, o melhor banco de
custódia, o melhor artigo científico sobre mercado de capitais e o melhor
artigo jornalístico (imprensa escrita).
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