Nyusi diz que Moçambique não pode continuar “a acomodar conflitos” com riqueza do gás à porta
“O país
tem tudo para dar certo, mas isso depende de nós, moçambicanos”, disse,
“incluindo os aspetos de segurança” com os quais as autoridades têm lidado.
“Não
podemos continuar distraídos a acomodar conflitos, a dificultar o futuro e o
crescimento de uma nação que pode ser próspera muito rapidamente”, com o
impulso dos investimentos em gás natural, acrescentou Filipe Nyusi.
O
chefe de Estado falava hoje na abertura da 6.ª Cimeira de Gás de Moçambique,
evento anual que junta empresas do setor, numa altura em que o país está a três
anos de iniciar a produção e exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Filipe
Nyusi fazia o apelo à segurança numa altura em que há ameaças no Centro e Norte
do país.
No
Centro, grupos armados já mataram 10 pessoas desde agosto em ataques contra
civis e autoridades, num reduto de guerrilheiros da Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo), oposição, que se dividiram – sendo que a direção da
Renamo se distancia da violência e diz-se fiel ao acordo de paz de 06 de
agosto.
No
Norte, uma vaga de ataques que teve origem em mesquitas radicalizadas da
província de Cabo Delgado já terá matado 300 pessoas na região onde nascem os
megaprojetos de exploração de GNL.
“Cada
moçambicano é chamado a ter essa responsabilidade individual e coletiva”, de
defender a paz e segurança do país, “porque é desta responsabilidade que o pais
pode evoluir” referiu Nyusi, reeleito em 15 de outubro para um segundo mandato
de cinco anos, com o seu partido, a Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo), a ampliar a maioria parlamentar para mais de dois terços dos
lugares.
Os
megaprojetos de exploração de gás natural liquefeito vão arrancar em 2022 e
devem colocar Moçambique entre os maiores produtores mundiais nos dez anos
seguintes, prevendo o Fundo Monetário Internacional (FMI) que a economia do
país pode chegar a crescer mais de 10% ao ano.
Os
investimentos da ordem dos 50 mil milhões de dólares (45,4 mil milhões de
euros) são feitos por dois consórcios que operam nas áreas 1 e 4 da bacia do
Rovuma, ao largo da costa Norte de Moçambique, e que são liderados pelas
petrolíferas Total, Exxon Mobil e Eni.
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