Oposição não conseguiu gerir questões internas



O PROFESSOR Nataniel Ngomane, também da Universidade Eduardo Mondlane, é de opinião que as questões internas dos partidos políticos da oposição, especificamente a Renamo e o MDM, podem ter contribuído para os resultados eleitorais, associado ao trabalho bem organizado e realizado pela Frelimo e o seu candidato presidencial na campanha eleitoral. Para além desta hipótese, segundo disse, a outra questão que pode justificar os resultados eleitorais volumoso está associada ao facto de a oposição moçambicana não estar unida.

 “A Renamo teve os seus problemas internos que podem ter enfraquecido este partido nas eleições. Por exemplo, é preciso saber em quem votaram todos os que simpatizam com a postura de Mariano Nhongo em relação a Ossufo Momade, ou então aqueles que não se identificam, nem com um e nem com o outro”, observou, acrescentando que pode ser certo que estes eleitores podem não ter votado no MDM ou em qualquer outro partido, sendo necessário saber para onde foi direccionado o seu voto.

Para o também presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, os resultados obtidos nas eleições de 15 de Outubro são o reflexo do desempenho de cada concorrente, tendo em conta os objectivos a que cada um se propunha. Sobre as irregularidades registadas e a tese de que as eleições de 15 de Outubro podem ter sido as piores realiza das no país, Nataniel Ngomane questionou as bases para sustentar tais alegações, bem como o padrão de comparação para se chegar a esta conclusão.

Disse não estar em condições de afirmar se as irregularidades propaladas podem ou não ter influenciado nos resultados eleitorais, mas levantou a possibilidade de os eleitores terem equacionado as vantagens de confiar num novo partido, por exemplo. A outra hipótese é que os eleitores terão compreendido os índices de desenvolvimento e os anúncios de investimentos que têm sido feitos nos últimos anos como outra razão que os podem ter levado a votar a favor da Frelimo e do seu candidato.

Ngomane afirmou que, sobre as propostas eleitorais do partido Frelimo e de Filipe Nyusi, é preciso desenhar planos que esclarecem, com exactidão, se os três milhões de empregos prometidos, por exemplo, são apenas para novos graduados ou incluem também os não graduados em idade laboral.
“Se pensarmos num plano de desenvolvimento do país, olhando, por exemplo, para os quatro eixos prioritários do actual ciclo de governação, nomeadamente agricultura, energia, turismo e infra-estruturas, estes empregos podem ser criados por se tratar de áreas ainda com muitos desafios”, disse o docente.

Fonte: Jornal Notícias 

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